“A UESB confia e apóia a Polícia”

Quem fala em nome da UESB?

Por Isaac Bomfim Pereira

No final do mês de janeiro Vitória da Conquista recebeu um banho de sangue que descia da periferia na parte alta da cidade e escorreu até chegar na Avenida Brumado onde fica localizado o Batalhão da Polícia Militar. Ao menos 20 pessoas foram mortas entre outras que foram arrancadas de suas casas e que desapareceram, essa onda de violência foi conseqüência da morte de um policial, que segundo informações da polícia, estava visitando um amigo e foi morto a tiros (?).

Quatro policiais foram reconhecidos como integrantes do grupo de extermínio que prendeu, julgou, torturou e matou jovens carentes da periferia conquistense, esses foram   levados a Salvador para prestar depoimentos e depois disso não se escuta falar mais nada relacionada a onda de violência provocada pelo enfrentamento da PM com o poder estabelecido dos traficantes nas comunidades carentes conquistenses, poder esse que supostamente tenha se dado com a propina paga a determinadas autoridades.

Mas além disso tudo outra coisa interessante chamou a atenção nesses dias de terror, a sociedade conquistense colocou faixas por toda a cidade dizendo que apoiava a ação da PM, talvez por que os mortos eram pobres e negros, e pobre e negro é bandido e bandido bom é bandido morto, mas quando a polícia matar o filho do comerciante em um suposto engano será que sairemos com nossas roupas brancas, soltando pombinhas e pedindo paz?

Só que o mais absurdo nessa história toda foi uma faixa onde se lia: “A UESB confia e apóia a Polícia Militar”, ora! Quem fala em nome da UESB em um assunto tão delicado como esse? A UESB enquanto instituição de ensino e produção (?) de conhecimento deveria procurar formas de debate entre a sociedade para a proposição de medidas que traga benefícios para a comunidade como um todo e principalmente para a comunidade carente.

Em qual espaço dentro da inerte universidade foi discutida a quem essa apoiaria no conflito? Onde foi discutido que o papel da UESB é escolher um lado e apóia-lo? A UESB é uma instituição, ou deveria ao menos tentar ser, pública, gratuita e democrática e não um cabo eleitoral de reitores que querem fazer carreira político-partidária como deputado estadual, a exemplo do Sr. Waldenor Pereira (PT) e do Sr. Abel Rebouças (PMDB). A Comunidade acadêmica precisa responder a mais esse absurdo que se comete com o nome da UESB, que passa por crises que vão desde a política da universidade até a coisa mais básica que é o ensino, pesquisa e extensão da mesma.

É preciso dizer um basta ao projeto de tornar o espaço acadêmico em um espaço acéfalo e sem criatividade, burocrático e tecnocrata. Um Basta na incompetência administrativa do SURTE (Rádio e TV UESB), na falta de condições básicas dentro da universidade para a formação de seres críticos. Ou a UESB começa a pensar ou é melhor fechar suas portas.

Isaac Bomfim Pereira
Estudante de História da UESB
Ex-membro do CAHIS Prof. Tadeu Botelho e Ex-membro do DCE em movimento


13 Respostas para ““A UESB confia e apóia a Polícia””

  1. Emmanoel Almeida

    Caro Isaac, em que pese sua nobre iniciativa de discutir, de propor, de refletir, de denunciar (algo com que nem todos têm compromisso), penso que todo texto deve levar em consideração seus efeitos sociais.

    Usando de seu mesmo expediente (3º§), eu questiono a você: se fosse seu familiar, o morto pelos traficantes, será que você estaria tentando identificar quem autorizou uma faixa de apoio à sua família e, portanto, criticando, ou se sentiria menos violentado midiaticamente pelo apoio recebido?

    Os policiais militares estão sendo vitimados. Há muitos desses servidores que não trabalham mais tranquilamente, considerando o montante de especulações, sobretudo do A TARDE, e temendo sofrerem apelo político.

    Ao contrário do que você infere no texto, a UESB e a Polícia Militar são instituições sérias. Tanto que você escolheu a Universidade para se graduar.

    Justamente, como você aduz, a UESB é uma instituição pública e por isso é que ela apóia a Polícia Militar. Ou você pensa o contrário? Apoiar a PM não é partidarismo, é dizer que acredita no respeito de uma Instituição, quase bicentenária, cuja imagem está sendo desgastada pela leviana publicação dos fatos acima por você já circunstanciados.

    Admiro muito sua iniciativa de questionar. Só entendo que você traz mais dor do que reflexão para diversas famílias de policiais, que sofrem o ataque dos meios de comunicação. E tenha certeza que a sociedade conquistense acredita na PMBA… e na UESB também.

    EMMANOEL ALMEIDA
    http://www.abordagempolicial.com
    http://www.sudoestepolicial.blogspot.com
    [email protected]

  2. adelson

    Eu também quero saber,

    Quem está falando em nome da UESB?

    será que cabe a UESB enquanto instituição pública, demostrar apoio a outra instituição pública que está sobre investigação?

  3. Renata

    Prezado Colega,

    Parabéns pela iniciativa em expor sua participação nas discussões importantes que envolvem nossa UESB. Porém lembro que os Reitores citados, independente de sua posição política disfarçada neste momento eleitoral que a Autarquia UESB passa, mereçem nosso respeito como Alunos. É fácil criticar quando não se esta no centro das decisões. Suas palavras me fazem lembra do radicalismo do PSOL, PSTU,MST, FARCs e dos falsos moralistas do PT que tinha discurso como o seu. Sugiro que continue ativamente participando desses debates, mas que você mostre o que tem feito pela UESB como estudante. Você é um bom aluno ? Você tem feito trabalhos voluntários ? Você fez monitoria ? Participou de projetos de extensão e/ou Pesquisa? É voluntário do TOPA ? Pretende fazer mestrado/doutorado, ou vai ficar no oportunismo e sonhando implantar o socialismo criminoso de Chaves no Brasil !?
    Deixo uma reflexão para você:
    …” O tolo é aquele que só faz criticas, o sábio frequentemente sugeri”…

    Abraços Colega!

  4. Diego

    Estou com o Emmanoel

  5. maria

    Se a policia tem direito de sair matando ,então está resolvida
    a questão da criminalidade,Juiz,promotor,advogado e justiça
    pra que?A policia mata e pronto!Outra coisa acabem com a OAB
    com o Ministério Público ,acabem com tudo …simples assim!
    Devia também voltar a Ditadura militar,aí assassinariam quem
    bem quizessem!

  6. maria

    O senhor abel se diz cristão e apoia assassinatos?Mais Jesus
    não pregou a paz e a justiça?Hipocrita e ignorante fora da lei
    é o que ele é!!!!

  7. reubi

    Nobre Isaac Bomfim Pereira, você deveria primeiro, fazer um estudo sobre a violencia em Vit. Da Conquista, para depois fazer um comentário a respeito da “ONDA DE VIOLENCIA NA CIDADE DE VIT. DA CONQUISTA”, conquista é uma cidade onde passa uma Rodovia Federal, conquista vem crescente desordenadamente,bairros onde antes reinava a paz, hj é ponto de trafico pela falta de estrutura social…Portante faça um estudo sobre conquista e depois comente sobre a cidade…grato

  8. Gesner Macedo

    Parabéns ao ISAAC pelo belo artigo.
    .
    Falar a verdade merece o aplauso de todos. A UESB deve se pautar aos objetivos seus que é a formação de indivíduos, esse negócio de faixa tomando partido de A ou B é também um crime.
    .
    Fico triste quando vejo pessoas esclarecidas apoiando a chacina de maus elementos que vestem a honrosa farda da PM. Claro que devem ser punidos exemplarmente, ninguem tem o direito de fazer justiça com as próprias mãos. Outro dia ouvi um comentário aqui no blog – LUGAR DE MACONHEIRO E BANDIDO É DEBAIXO DO CHÃO -. Imagino a que ponto chegou a nossa sociedade! Dizer tamanha barbaridade. Sabe o que é isso: não um filho dele ou até um parente que foi arrancado de dentro de casa e assassinado friamente e não me venha dizer que não foi policiais, pois muita gente sabe que foi.
    Isaac meus parabens.

  9. maicon

    esse issac se acha o dono da verdade, nao tem credibilidade no que fala, Caro issac, e se fosse a lanchonete de seus pais que fosse assaltados? Vc teria a mesma opinião!, Responda com Vêemencia por favor

  10. Marcelo lopes

    Entendo as contraposições dos que se colocaram em contrário às argumentações de Isaac e compreendo o peso não apenas social quanto emocional que se abate sobre as famílias envolvidas no caso, que hoje tem proporções imensas, sobretudo na imprensa. Sem implicar na culpabilidade direta de ninguém, infelizmente, casos de violência como esses não são novidade em Vitória da Conquista, e infelizmente não será o último.

    As razões de existirem são muito mais profundas, e embora seja necessário realmente um estudo mais aprofundado, suas consequências são óbvias e estão aí para quem quiser comentar.

    O que me chama a atenção na polêmica gerada sobre o artigo de Isaac, é que há realmente algo a se observar.
    Uma demonstração pública da instituição Uesb em apoio à PM é realmente intrigante. A questão central não é o apoio aberto ou não. A questão é que, em linhas gerais, não há nada errado em uma instituição apoiar outra… mas nesse caso específico, os papéis sociais de cada uma são bem distintas:

    Enquando a primeira, no papel de formadora de opinião e esencialmente constituída na diversidade(e por isso tem o nome de Uninversidade no sentido estrito), abriga uma infinidade de opiniões, contra e/ou a favor do que vem ocorrendo, a outra – a PM – é uma instituição de pública com um linha afinada de conduta, com objetivos claros de proteção à população e por isso mesmo, portadora de um discurso único, hierárquico (necessariamente) e que, na medida desse episódio, vem sido sumariamente questionada, pela ação de alguns de seus membros.

    A gravidade levantada no artigo é o fato de uma faixa ter sido divulgada publicamente, sem o consenso de uma opinião única dentro do ambiente universitário… é a posição de um grupo específico que que se prerroga falar por todos.

    E nesse sentido me filio a crítica do texto, pelo desrespeito à diversidade de opiniões, algo que garante, por exemplo, que em espaços abertos como esse blog sejam postadas opiniões diversas e não faixas generalizantes do tipo “apoiamos o artigo de Issac” ou “execramos o artigo de Issac”.
    Defendo a diversidade e não gosto que falem por mim sem meu consentimento.

  11. bruno

    Quando um vagabundo mata,rouba,estrupa um familiar ou pessoas próximas, quem o cidadão irá recorrer, o farmacêutico, o padeiro, o açolgueiro o professor entre outras profissões.Não ele irá pedir ajuda ao único orgão que poderá ajudalo, ou seja ligará para o 190 e chamará a polícia militar, porém quando a polícia age e mata o meliante ela é saguinária, pois ceifou a vida de jovens carentes que com uma arma na mão se transforma de anjo a demônio.

  12. mário prado

    Confesso que não confio na Polícia Militar. É uma pena mas essa é a realidade.
    A pessoa do Comandate Lira e o Major Ivanildo honra esta instituição em Vitória da Conquista, pois são pessoas verdadeiras, mas grande parte da tropa estão envolvidas em irregularidades que vão acima destes recentes episódios.
    Então, fica dificil ligar para a polícia.

    Agora quem de vocês poderão nos falar o que a dupla de PMs faziam no morro?

    E o soldado Márcio, por qual motivo ele morreu?

    Obviamente muitos de seus colegas sabem o motivo mas não falam.

    E as faixas ein Isaac? Será se a UESB autorizou colocar a logomarca da instituição?

    Pois tudo foi organizado pelo sindicado da Polícia Militar.

  13. maria

    Que policia é essa que tem direito de matar bandido,que policia
    é essa que vai de encontro a justiça e as leis do país?É nessa
    policia que o senhor Abel apoia por terem matado e aterrorizados
    familias pobres e carentes?O senhor Abel é um covarde estúpido
    e sem coração,e ele se diz Cristão?Me digam se o Cristo pregou
    a maldade e a falta de misericordia?Se isso tivesse acontecido
    nas casas dos ricos,duvido se ele tinha colocado aquelas faichas
    nas ruas da cidade.

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