Pequenas Notas

Ser ou não ser, eis a questão

Paulo Pires

Consideramos louvável a decisão da cúpula do PC do B de Conquista ter optado por uma candidatura própria para Prefeito, eleições 2012. O Partido achou-se no direito de “robustecer um nome de suas hostes” e num lance de ousadia política, comum a quem vive em regimes democráticos, entendeu que é hora de voar mais alto na política local. De nosso lado, compreendemos a iniciativa do Partido e concluímos que a ninguém, exceto os da própria agremiação, tem direito de avaliar se esta deliberação é ou não a mais correta. A única observação que nos compete é lembrar que o desenlace de uma longa união partidária [19 anos] enseja questões que a rigor estão no plano de nossa política partidária e, parece-nos, na lógica dos regimes democráticos em todo o mundo.

A primeira dessas questões vincula-se a idéia de que uma união partidária vitoriosa tem como desdobramento uma participação administrativa. Por oposto, uma desvinculação partidária tem como conseqüência uma desvinculação administrativa. A lógica é a seguinte: Se meu partido apóia tal partido numa campanha eleitoral e este ganha o pleito, em razão do apoio, meu partido será contemplado com cargos na administração e o mundo inteiro entende isso como normal. Coerente com essa lógica, mas no sentido inverso, se meu partido deixa de pertencer à base de apoio político do partido vitorioso, terá como conseqüência a perda dos cargos administrativos que recebeu enquanto esteve aliado. Em todo o Ocidente, mormente nos países democráticos, é isso que prevalece na política.

            O Partido Comunista do Brasil, o de história mais longa em nossa Democracia, tem todo o direito de lançar e apoiar a quem quer que seja. Pela sua história e coerência, reconhecemos que ele sempre esteve ao lado daqueles projetos políticos que lutaram incansavelmente pelas mais justas causas populares. Sua contribuição para que o Brasil chegasse ao status de país democrático é inestimável. Esse Partido lutou de forma aguerrida em defesa das melhores causas em defesa do Povo Brasileiro. Por isso goza de reconhecimento e destaque por todos aqueles que sonhavam e sonharam um Brasil melhor.

 Por outro lado entendemos que, dado o nível intelectual dos seus membros, sua cúpula  sabe com amplo domínio teórico e prático que toda e qualquer decisão, seja no âmbito da vida política, pessoal, empresarial, profissional até chegar a partidária, qualquer decisão se configura afigura e/ou prefigura sob os mais variados matizes. Decisões devem se responsabilizar por variáveis e condições diversas e dentre muitas apontamos: Certeza, risco, incerteza, competição, conflito e, num plano mais geral, relembramos que decidir é ter coragem para assumir tudo isso e outras mais de uma só vez. Lembramos ainda que no plano político partidário essas decisões podem ser estratégicas ou táticas. Acrescentamos que uma decisão estratégica se faz necessária quando não há mais nada a fazer em relação ao que está estabelecido. Decisão tática, por seu lado, é a alternativa que se toma para mudar apenas um rumo ou parte de um cenário. Importante frisar que em qualquer das duas haverá sempre entropias e/ou defecções. Por isso o risco se acentua para uma ou algumas das partes.

No caso do desenlace do PC do B em relação ao PT, diria que a cúpula dos Comunistas não laborou nem colocou sua decisão no âmbito do conflito. A questão foi avaliada e deliberada apenas no campo da abordagem competitiva. Num regime democrático isso é salutar. Não houve conflito (e nem haverá) porque ideologicamente os dois Partidos são filhos da mesma matriz política. Seus propósitos estão identificados e dirigidos no sentido de trabalhar para um Brasil sempre melhor. A decisão do PC do B é tática. Sua cúpula sabe que insistindo com o Deputado Fabrício abre perspectiva para fixar o nome desse jovem líder político em campanhas vindouras rumo ao Executivo Municipal. Essa tática não pode ser demonizada, faz parte do jogo político.

De outro lado, está o PT. O Partido dos Trabalhadores entende que integridade e continuidade com sua base aliada asseguram ao prefeito Guilherme Menezes uma posição super confortável na preferência do eleitorado conquistense. O Prefeito é um Executivo de vasta experiência na Administração Pública, além do mais, faz parte de um Seleto Clube de Políticos que representa o que de melhor existe em termos de idoneidade pessoal na Política Brasileira. Homem sério, dotado de uma visão super profissional, acrescenta a sua personalidade uma espantosa e inquestionável visão humanista em vista dos problemas que afligem a Sociedade. Por isso o Povo Conquistense dá a ele ano após ano seu lugar na pole-position da Política local É fácil entender. Guilherme nunca deixou dúvidas entre o ser e o não ser. É aí que reside a questão: Ser ou não ser. O resto é dúvida. Muitas dúvidas.


3 Respostas para “Pequenas Notas”

  1. PROF. KLEBER NERY

    Caro Paulo Pires.

    Apesar de não residir em Vitória da Conquista, irei tomar algumas “liberdades” e emitirei o meu pensamento à respeito.
    É claro que o PCdoB tem liberdade de “tomar o seu rumo” e buscar novas perpectivas políticas. Deixando a base de coalizão do atual prefeito Guilherme Menezes, deve deixar inclusive os cargos políticos que ocupa nessa administração.
    Isso é o que a lógica e o bom senso determina!
    De outra lado, o prefeito Guilherme Menezes, deve “descer do pedestal” e dialogar e respeitar mais os seus partidários, não devendo ser o “bambambam” da política ou então o de se achar o ser humano mais honesto do mundo, pois ser honesto na relação de administrar as coisas públicas, nada mais é do que a sua OBRIGAÇÃO.
    Vejo o prefeito Guilherme como um “Guru Indiano”, que fica a meditar, enquanto o mundo “se acaba” em sua volta.
    No mais desejo felicidades, e me desculpe a minha intromissão nos negóciaos relacionados à cidade dos outros!

    PROF. KLEBER NERY SAMPAIO

  2. ROCHA

    Os textos do escritor são lováveis! Gosto muito de apreciá-los. Parabéns a você, digníssimo Paulo Pires!

  3. Mario Gomes Chaves

    É piada essa história! O PCdoB aqui em Conquista nunca se firmou como um partido de representação de base e sequer comunista. Eles foram se serão oportunistas. Quero ver eles sopbreviverem sem cargos, pois o que eles sempre fizeram foram atrelar-se à todos os poderes para garantir cargos e o pior de tudo é saber que o Jean Fabricio só conseguiu subir na vida parlamentar graças ao esforço vindos dos $$$$$$ da FETAG e o qur foi sempre um escandalo e espero que um dia o Ministério Publico esclareça para todos nós sobre esses $$$$ e o sucatemaneto da APLB pelo secretyaário assesor. O PCdoB é simples algo inconcebivel e quero ver eles chorarem uma derrota e depois virem de joelhos rogando cargos a Guilherme. isso é uma safadeza.

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