Elton Quadros
Entre os dias 14 e 16 de outubro, durante o XI Colóquio do Museu Pedagógico, algumas exposições foram apresentadas no próprio Museu Pedagógico – Casa Padre Palmeira. Entre elas, destaca-se a instalação do artista Edmilson Santana, que possui o mesmo título do tema do colóquio: Crises, Conflitos e Conhecimento no mundo Contemporâneo. Leia na íntegra.
- Santana, como assina, já realizou no mesmo Museu Pedagógico anteriormente, com grande sucesso de público, uma exposição em que enfocava a ditadura militar e os desaparecidos. Dessa vez, ele traz uma exposição que provoca uma reflexão em várias frentes, mas que tem o humano e sua “evolução” no centro.
O salão do Museu Pedagógico é dominado por uma série de perspectivas que perpassam desde o “macaco” primordial até a destruição da educação, da tentativa de organizar (a vida, o trânsito) até a violência que esse mesmo trânsito provoca pela ação humana. Para marcar isso, temos imagens de uma linha da “evolução” humana, placas de trânsito dialogando com a evolução, um carro destruído, livros e carteiras escolares, cachos de bananas e um acompanhamento sonoro que dão um aspecto de totalidade à instalação. Todos os nossos sentidos são postos em ação: visão, olfato, tato, audição e, para os mais “animados”, até mesmo umas bananas podem ser degustadas…
Duas coisas me chamaram a atenção especialmente. A proposta de que nós possamos, por meio daquelas informações, refletir sobre nosso destino na terra, uma vez que somos provocados pelas referências ali expostas e cuidadosamente organizadas. Por outro lado, tudo isso é feito com uma fina ironia, com um humor sutil e contundente que tem uma longa tradição cujo parentesco mais conhecido é do “bobo da corte”, aquele que, com graça, era o único a ser capaz de criticar o rei.
- Santana nos brinda, mais uma vez, com uma interessante experiência reflexiva e humorada sobre a existência humana em nossa longa caminhada histórica e existencial neste planeta.
Pelo que fui informado, a exposição continuará aberta à visitação durante algum tempo ainda no Museu Pedagógico. Vale muito a pena conferir.
