Economia: MRV espera 2016 igual ou levemente melhor que 2015 em vendas e lançamentos, diz presidente

Foto: Samuel Gê | Encontro
Foto: Samuel Gê | Encontro

A MRV Engenharia, que acaba de chegar em Vitória da Conquista, espera que 2016 seja um ano com vendas e lançamentos de imóveis em níveis semelhantes ou um pouco melhores que 2015, apesar dos desafios impostos pela economia do país, disse o presidente da construtora e incorporadora, Rafael Menin, nesta quarta-feira (20). A empresa divulgou mais cedo que encerrou 2015 com queda de 8,6 por cento nas vendas de imóveis residenciais, a 5,489 bilhões de reais, enquanto os lançamentos tiveram crescimento de 8,4 por cento, a 4,7 bilhões. Leia na íntegra a reportagem da Reuters.

Considerando apenas o quarto trimestre, as vendas caíram 7,1 por cento no comparativo anual, mas avançaram 5,2 por cento sobre os meses de julho a setembro, a 1,378 bilhão de reais. Já os lançamentos subiram 35,1 por cento ano a ano e 56 por cento sobre o terceiro trimestre de 2015, para 1,631 bilhão de reais.

“O ano de 2016 vai ser muito desafiador (…) Mas a gente tem a expectativa de que a MRV poderá fazer um ano em linha ou um pouco melhor que 2015, dependendo da economia. Achamos possível um ano parecido em termos de vendas e lançamentos”, afirmou o presidente da construtora em entrevista à Reuters.

Os números foram divulgados um dia após a empresa comemorar atingimento da marca de 300 mil unidades residenciais lançadas no país em cerca de quatro décadas de atividades.

Menin citou como um dos motivos para o relativo otimismo o lançamento do programa habitacional Minha Casa Minha Vida 3, em dezembro passado pelo governo federal.

O programa foi lançado, mas o governo até agora não chegou a um consenso sobre as regras que vão nortear a concessão de financiamentos para a chamada “faixa 1,5”, voltada a famílias com renda mensal de até 2,35 mil reais. Segundo Menin, não há acordo ainda sobre detalhes do financiamento da nova faixa, como valor máximo dos imóveis e qual o percentual de participação dos recursos do FGTS. “Talvez em 2 ou 3 meses isso seja resolvido”, afirmou o executivo.

Na avaliação de Menin, os fundamentos do mercado de imóveis novos para o segmento econômico seguem semelhantes aos do ano passado.

“O cliente do imóvel econômico ainda tem como ‘funding’ o FGTS com juros baratos e quando ele compara a prestação do imóvel com o valor do aluguel ele opta pela compra”, afirmou o executivo. “O cliente do imóvel econômico é o cliente do primeiro imóvel, que compra por necessidade. É diferente do cliente de média e alta rendas, que esperam um pouco para comprar se a economia está ruim”, acrescentou.

Na semana passada, a Cyrela Brazil Realty, que atua em segmentos acima do econômico operado pela MRV, divulgou quedas de 66,4 por cento nos lançamentos e de 55,3 por cento nas vendas do quarto trimestre.

Segundo o boletim operacional da MRV, as condições de mercado para aquisição de terrenos continuam favoráveis, com isso o banco de terrenos da companhia teve alta de 8,5 por cento no comparativo com o terceiro trimestre e de 25,2 por cento em relação ao quarto trimestre de 2014.


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