Meio Ambiente | pesquisadores da UESC realizam estudos com jabutis do CETAS em Vitória da Conquista

Fotos: SECOM | PMVC

Pesquisadores da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), campus de Ilhéus, passaram todo o dia desta sexta-feira (16) no Centro Municipal de Animais Silvestres (CETAS), em Vitória da Conquista. Eles realizaram estudos com os jabutis, oriundos do tráfico de animais, que estão aos cuidados do órgão, para fins de trabalhos acadêmicos. Jéssica Duemes Rabello e Rodrigo Rabello Duemes são médicos veterinários. Enquanto ela está cursando mestrado em Zoologia, ele está no doutorado na mesma área. As duas pesquisas são realizadas em parceria com a Universidade Federal da Bahia (UFBA), campus de Vitória da Conquista, de onde possuem a coorientação do professor Ricardo Evangelista Fraga.

Esta é a segunda vez que a equipe é recepcionada pelo CETAS. O objetivo de Jéssica é avaliar as condições dos jabutis oriundos do tráfico, em centros de reabilitação em toda a Bahia. Para isso, identifica as alterações morfológicas dos animais, como presença de lesões ou alterações respiratórias. O estudo pretende contribuir com a translocação e reintrodução desses animais na natureza, considerando a sua importância para o bioma.

“A gente vem fazendo essa pesquisa pra avaliar esses jabutis, porque a gente sabe que é um animal muito traficado, as pessoas têm muito esse bicho em casa. A gente sabe que esses animais sofrem muito por erros de manejo, erros de manejo alimentar, manejo ambiental”, explicou Jéssica. Já a pesquisa de Rodrigo monitora os isótopos estáveis, que são pequenas partículas presentes no corpo do animal capazes de informar a sua trajetória. “Eu vou colher o material desses bichos apreendidos e, através desses isótopos estáveis, a gente consegue dizer: ‘Esse bicho veio da área tal do Brasil, quando jovem; nasceu aqui.

Inclusive a gente pode usar essa técnica pra combater o tráfico de animais dentro dos próprios criatórios. Por exemplo, se eu for num criatório e avaliar os filhotes que nasceram lá, avaliar os isótopos, eu consigo entender quem realmente nasceu em cativeiro, ou se aquele animal pode ter sido retirado do ambiente, aquele filhote, e introduzido dentro de um plantel como se tivesse nascido em cativeiro”, detalhou.

O procedimento para coleta dos isótopos não é invasivo com os animais, segundo explica Rodrigo. Nos jabutis, por exemplo, a queratina obtida através de um corte de unha já é capaz de fornecer as partículas. No início da tarde, a secretária de Meio Ambiente, Ana Claudia Oliveira Passos, foi até o CETAS cumprimentar a equipe de pesquisadores. O coordenador do órgão, Aderbal Azevedo Alves, disse que o serviço está sempre a postos para apoiar estudos acadêmicos. “A gente tá aberto a esse tipo de procedimento, que acaba ajudando quem nos procura para realizar esse tipo de trabalho e de pesquisa, e a gente também, porque a gente acaba ganhando conhecimento com essas ações”, afirmou.


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