Jorge Maia | alvíssaras, novos tombamentos

Foto: BLOG DO ANDERSON

Jorge Maia | advogado e professor

Alvíssaras, palavra antiga, não mais usada na linguagem corrente, mas a escolhi por traduzir de modo eloquente uma novidade. Costumava encontrá-la na literatura brasileira datada do século dezenove e usá-la aqui traduz o nosso contentamento pela notícia de novos tombamentos de imóveis históricos em nossa cidade. De uma só vez o Conselho de Cultura do Município aprovou o tombamento dos seguintes imóveis: a sede da Prefeitura Municipal [antigo Quartel da Polícia Militar], o edifício da Antiga Câmara de Vereadores [atual Memorial Manoel Fernandes de Oliveira], a Casa das Artes [antiga Biblioteca José de Sá Nunes, atual Centro de Convivência do Idoso], o Solar dos Fonsecas e o Solar dos Ferraz. O Conselho levou em conta os aspectos históricos e arquitetônicos dos referidos imóveis. >>>>>>|||

Eu era menino, e não faz muito tempo, quando passava pelas ruas em que estes casarões está localizados e então com eles me encantava. Pensava nas pessoas que os construíram, na engenhosidade dos mestres de obras, e em que eles se inspiraram para realizar aquelas obras.

Eu pensava nas prováveis histórias dos seus moradores, nas suas festas, nos seus dramas, os quais jamais imaginaram que as suas construções seriam motivo de inspiração para a sua conservação e até motivo para um modesto cronista se inspirar em defesa da permanência de cada um deles.
Lí, com preocupação, que o sobrado de Nestor, ponto de referência para saber se algo era longe ou perto, ou apontar uma proximidade, será vendido e poderá ser demolido, seria bom pensar sobre isso, e, quem sabe? O seu tombamento.

Contemplava aquelas casas com o olhar curioso de um menino, sem saber que um dia escreveria esta crônica. Agora sei que outras gerações conhecerão estes imóveis e que outros meninos poderão olhá-los de forma curiosa e terão tantas perguntas para fazer. VC101025

Deixar uma Resposta