Fotos: Blog do Anderson
O início de ano tem sido difícil para o pastor batista baiano Sérgio Emílio Meira Santos. No dia 2 de janeiro, Sérgio recebeu a notícia de que fora demitido da função de presidir os cultos na Igreja Batista da Graça em Vitória da Conquista (BA), uma das maiores do interior nordestino com 310 mil habitantes. O motivo alegado da demissão era a falta de visitas a casas de fiéis idosos. Mas testemunhas relataram ao pastor que uma reunião do Conselho de Administração da Igreja, no dia 23 de dezembro, definiu sua demissão por outro motivo: a presença de um rapaz de 16 anos, homossexual, tocando teclado nos cultos. Por outro lado, batistas apontam que Sérgio faz uma denúncia mentirosa como vingança por sua demissão. “Nunca vi pastor ser demitido por não ir visitar idosos”, diz Sérgio, que não arredou pé da Igreja e continua presidindo os cultos. Nesta segunda (9), o pastor acompanhou o pai do jovem até uma delegacia para prestar queixa contra os integrantes do Conselho de Administração pelo preconceito sofrido pelo tecladista. “Eu sempre apoiei ele, é um rapaz talentosíssimo”, diz.
Sérgio conta que o preconceito é de um pequeno grupo de pessoas, que ele qualifica como “Ku Klux Klan”. “Não chega a dez pessoas. Tem 140 pessoas do meu lado. Para demitir um pastor é preciso chamar a Assembleia Geral, que é o povo que frequenta a Igreja. Eles não fizeram isto”. O pastor relata que o preconceito contra o tecladista se manifestava de diversas maneiras, mas a mais explícita era que este pequeno grupo de pessoas se retirava dos cultos quando o adolescente começava a tocar.