
Texto já consolidado por grandes autores do Brasil, esta montagem do espetáculo Cordel do Amor Sem Fim, sob direção de Vicente di Paulo, valoriza, sobretudo, a dramaturgia feminina escrita por uma mulher baiana. O texto de Cláudia Barral faz refletir sobre o papel feminino em uma sociedade pronta para castrar sua voz, a partir da história de três irmãs, numa pequena cidade às margens do Rio São Francisco. O espetáculo segue até esse sábado (19), com sessão às 20 horas, no Centro de Cultura Camillo de Jesus, em Vitória da Conquista. Os ingressos custam R$ 20 [inteira] e R$ 10 [meia].
É dezembro em Carinhanha, cidade às margens do Velho Chico, no sertão baiano, onde vivem três irmãs: Madalena, Carminha e Tereza. Carminha ama José, que ama Tereza que ama Antônio. Tereza é uma jovem sonhadora que, em uma ida inesperada ao cais do porto, se apaixona pelo viajante Antônio, exatamente no dia em que um almoço marcaria o noivado dela com José. A partir desse ponto, a trama se desenrola num aspecto surpreendente de espera, intrigas e provocações. Em cena, seis jovens atores e atrizes dão vida às personagens embalados pela trilha tocada e cantada ao vivo.
Com forte apelo linguístico e regional, o texto Cordel do Amor sem Fim transita entre o local e o global, a partir de um imenso sertão baiano, mas também brasileiro. O fardo e peso propostos pela narrativa se misturam numa qualidade poética inigualável para tratar de liberdade, força feminina e a busca pela felicidade e amor. Além do contato com uma dramaturgia de linguagem sutil e poética, a obra aproxima o espectador de suas realidades estéticas e culturais.