
Acusada de aliciar mulheres grávidas e intermediar crianças para adoção ilegal, a vereadora De Encruzilhada, Maria Elizabete de Abreu Rosa, foi denunciada pelo Ministério Público estadual. Ela estava abordando gestantes e lhes oferecendo recompensa para entregarem seus filhos após o nascimento, afirma o autor da denúncia, promotor de Justiça Márcio de Oliveira Neves, informando que as crianças eram direcionadas a casais interessados sem que fossem observados os ditames legais que regulam a adoção.
Conforme a denúncia, em abril de 2009, a vereadora, também conhecida como “Bete”, dizendo-se sabedora dos problemas de saúde de Adeides Santos, “o que a impediria de cuidar da criança vindoura”, ofereceu-lhe recompensa e pediu que, quando o bebê nascesse, ele lhe fosse entregue. Em troca, Adeides (também denunciada), que estava grávida de oito meses e sofria de problemas cardíacos, receberia ajuda para realização de laqueadura e dos exames necessários ao tratamento do coração. Cedendo à recompensa oferecida pela vereadora, que também exerce a função de técnica de enfermagem, Adeides entregou a filha nascida em um hospital de Vitória da Conquista para ela. Cerca de dez dias depois, assinala o promotor de Justiça, a vereadora foi ao Fórum com Adeides, quando, perante o Cartório de Registro Civil, Edmilson Quartero e Carolina Quartero registraram a criança como sendo filha deles. Para isso, destaca Márcio Neves, eles contaram com a articulação e orientação de Maria Elizabete, que os ajudou a declarar falsamente que a criança havia nascido na zona rural.