Jorge Maia: Qual o nome da rosa?

Foto: BLOG DO ANDERSON
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Jorge Maia | Professor e Advogado | [email protected]

Beócia, 30 de fevereiro de um ano qualquer

Querido Jorge Maia, posso chamá-lo de querido? Penso que sim. Retorno a você depois de tanto tempo, com uma preocupação; mais uma vez é Maria Periguete, ela anda sofrida, pois achava que no natal teria um encontro para discutir a relação com Francis. No aero-porto de Vitoria da Conquista, ele passou rapidamente por ela, fingiu que não a viu. A menina desabou e foi atendida pelo SAMU, embora seja estrangeira foi bem tratada, aliás, já percebi a queda  dos brasileiros pelos estrangeiros, basta enrolar a língua e o brasileiro entrega tudo, deve ser algum complexo. Leia na íntegra.

Mas, não era isso que eu queria dizer. Quero falar de situação um tanto esdrúxula que estamos vivenciando aqui na Beócia. Não estamos sabendo para onde estamos indo, parece uma viagem em uma nau dos insensatos em que ninguém sabe qual o rumo a seguir.

Estou preocupada com o preço do caviar e do whisky, pois importados, tiveram os seus preços alterados por conta da alta do dólar. Aqui temos o saudável hábito de consumir caviar importado do Irã e whisky vindo da Escócia,m por isso você deve imaginar o nosso sofrimento, claro que me refiro a uma minoria, uma vez que maioria tem na farinha e na rapadura um prato tradicional.

Não sei por quanto tempo ficaremos assim, mas sei que tudo não passa de um ciclo de crise, tão habitual na Beócia. Aqui é assim, um tempo de folga, com alguma sobra, melhorando na fase das eleições, depois é uma loucura. O dinheiro desaparece, as pessoas perdem empregos, aumenta a violência e a desigualdade.

Que nome nós poderíamos atribuir a uma situação como está? Fico sem saber como qualificar estes eventos, que poderiam ser evitados, e que provocam tantos transtornos na vida do povo simples da Beócia. Parece-me que falta um pouco de sanidade. As pessoas elogiam as loucuras de alguns e transformam em troféus alguns atos descabidos, quando precisamos, repito, somente de um pouco de sanidade.

Há pouco eu sai da casa de Maria Periguete, estava um pouco mais calma deixei-a  murmurando o hino da Noruega, coitada, mas antes de dobrar a esquina ouvi um grito dilacerante, era de um empreiteiro que não consumia whisky e caviar há três  dias.  280216


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