Jorge Maia
No princípio era a fogueira, em redor da qual todos se reunião para contar os fatos do dia, contar causos e planejar o dia seguinte. Com as últimas chamas, despediam do dia que acabara e iam para o descanso. Era causos de todos os tipos. A conversa transitava sobre a vida alheia e seguia pelos mistérios do além, e fazia muita gente tremer de medo.
Hoje, a fogueira é eletrônica. A televisão tomou conta da vida, substituiu o calor das brasas e o colorido das chamas pelas imagens em tempo real, falando do mundo inteiro, ou contando histórias de todos os tipos. Senhora da casa, enquanto ela fala ou mostra algo, ninguém fala nada. Aí de quem ousar interromper. Ouvirá uma saraivada de protestos e terá que ficar calado.