
Luísa passa o batom rosa e se senta na cama para amarrar as sandálias de salto alto. Um blazer preto, ajeitado no corpo, dá o toque final ao figurino: “Ficou bonito, gente?”. Ao lado dos pais e da irmã, a jovem de 25 anos se prepara para dali algumas horas apresentar seu TCC [Trabalho de Conclusão de Curso] na faculdade, em Belo Horizonte. O momento trivial entre os jovens que concluem a graduação, para Luísa Camargos tem um peso simbólico: ela está prestes a se tornar a primeira profissional de relações públicas com síndrome de Down no Brasil. Diante de uma banca de professores e colegas, a “aluna aplicada e de autoestima elevada”, como conta o orientador, não tomou conhecimento do nervosismo e encerrou a apresentação aplaudida.
Outra conquista, motivo de orgulho para qualquer pessoa em busca de um diploma, foi alcançada pela gaúcha Marina Marandini, de 29 anos. A jovem artista visual, que tem trissomia 21, nomenclatura para designar quem tem a síndrome, carrega na bagagem um respeitável diploma da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. “Eu gostava de tudo na faculdade. Teve um dia em que pintei um quadro maior do que eu. Foi incrível!”. Ambas fazem parte do universo de 16,5% de brasileiros com mais de 25 anos que conseguiram concluir uma faculdade, segundo dados de 2018 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Mas para ter acesso e conseguir entrar no seleto grupo foi preciso buscar apoio na Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência. Confira a reportagem escrita no R7.