Alberto Marlon Oliveira
No último 23 de maio o primeiro ministro japonês chegou com sua comitiva à reunião. No semblante, a aparência abatida e derrotada transparecia. Reunidos, moradores da ilha de Okinawa, juntamente com o governador da província, aguardavam as primeiras falas do representante da nação japonesa. Diante da platéia, Yukio Hatoyama curvou-se, em forma de reverência, e começou: “Peço desculpas do fundo do meu coração pela confusão que causei ao povo de Okinawa por não ter conseguido cumprir minha promessa.” Diante do silêncio, orientalmente disciplinado dos ouvintes, Hirokazu Nakaima, governador da ilha, rebateu: “Eu devo dizer que sua decisão é extremamente lamentável e difícil de aceitar”. O primeiro ministro calou-se, terminou a audiência e, diante dos milhares de manifestantes que gritavam do lado de fora, saiu o mais rápido que pôde. Hatoyama, que chegou ao poder em setembro do ano passado, tinha prometido revisar o acordo, que permite o funcionamento de uma base norte americana na ilha, mas a rejeição dos Estados Unidos em modificá-lo o colocou em uma situação difícil.