Em um show que resgata a cultura popular, Mão Branca encerrou o Arraiá da Conquista como último artista a se apresentar. A noite de São João fechou com chave de ouro a programação do evento, levando ao público um repertório que exaltou as raízes do forró tradicional e a vida no sertão nordestino na noite da terça-feira (24). Com sua sanfona, zabumba e triângulo, Mão Branca animou a plateia com canções autorais e clássicos do forró, relembrando tradições que atravessam gerações. O artista, com mais de três décadas de carreira, mantém viva a cultura popular nos palcos, mesmo em meio às transformações do cenário musical brasileiro. Mão Branca relatou estar contente em encerrar o Arraiá da Conquista.

“Cheguei e venho trazer meu forró, depois de alguns dias na estrada. Onde as estrelas da cultura não vão, eu vou. Acho que o público me conhece e sabe que por aí vem muito xote, arrasta-pé e baião”, afirmou. Débora Alves veio para curtir especialmente o show de Mão Branca e aguardou até o fim para ouvir suas músicas preferidas. “Conheço Mão Branca e sei que o show não decepciona. Ele canta muito bem e é um excelente compositor. Minha música favorita é Gabiraba”, relatou. Vindo de São Paulo, Alexandre Nolasco participou da segunda noite no Arraiá e aprovou. Destacou o carinho do artista com o público. “Mão Branca é um grande artista e eu vim aqui para dançar o forró dele. Ele marcou muitas datas especiais da minha vida. Acho que foi uma escolha excelente para encerrar o Arraiá, pois além de cantor, é grande compositor de forró.

Estive em vários shows e sempre gosto muito”, afirmou. Músico, compositor e radialista forrozeiro, Edigar Mão Branca é natural de Macarani, na Bahia. Influenciado por referências como Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro e Jacinto Silva, ele canta as vivências do povo do campo com um forró autêntico. Suas músicas arrastam o pé de quem o escuta e despertam memórias dos tempos de antigamente, misturando ritmo sertanejo e festas juninas. Com presença carismática e seu chapéu de couro, gravou 26 CDs ao longo da carreira e acumula sucessos como “Gabiraba”, “Romeiro de Todo Ano”, “O Meu Chapéu” e “Nasci e Vou Morrer Vaqueiro”. Sua obra conquista idosos, adultos, jovens e crianças com simplicidade e respeito à tradição pela vida e cultura rural.

Durante coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira (24), a prefeita Ana Sheila Lemos Andrade apresentou o balanço do Arraiá da Conquista, que reuniu cerca de 200 mil pessoas no Parque de Exposições Teopompo de Almeida. “Tínhamos vontade de realizar o maior São João de Vitória da Conquista e juntamos nossa expertise com a da Salvador Produções. O resultado foi o melhor possível e a população aprovou, o que é o mais importante. Uma festa como essa impacta na geração de emprego e renda e movimenta a economia local”, afirmou. Sheila também ressaltou que o crescimento nas vendas foi superior ao esperado, com um aumento de 9,2%, segundo dados da Fecomércio, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo. A diretora da Salvador Produções, Michele Marchesine, comemorou os resultados da parceria: “Estamos muito felizes com esse projeto especial que vai levar Vitória da Conquista para a rota nacional do São João, com diversão, conforto e acessibilidade. Tudo foi pensado para possibilitar mais experiências e entretenimento.” Realizado pela primeira vez no Parque de Exposições Teopompo de Almeida, o Arraiá da Conquista reuniu aproximadamente 200 mil pessoas ao longo de cinco dias. O evento contou com uma estrutura ampla e diferenciada, incluindo espaços instagramáveis, Vila Junina com palco alternativo, praça de alimentação e o “Arraiá da Inclusão” para pessoas com deficiência, que recebeu 157 visitantes. Foram cerca de 30 horas de shows com 45 atrações locais, regionais e nacionais. A Secretaria Municipal de Saúde atuou com equipe multiprofissional, realizando 110 atendimentos e 10 remoções, enquanto a Vigilância Sanitária e o CAAV (Centro de Atenção e Apoio à Vida) desenvolveram ações educativas e de prevenção. A coleta e higienização do Parque foram intensas, com mais de 100 toneladas de resíduos recolhidos. A comercialização envolveu 166 ambulantes entre espaços internos e externos, com vendas médias de R$ 6 mil por barraca nas primeiras noites.  A segurança foi garantida pela Guarda Civil Municipal e Polícia Militar, que monitoraram o local com 32 câmeras e atuaram com patrulhas estratégicas, registrando seis ocorrências sem lesões ou conduções. O evento marcou um importante avanço para Vitória da Conquista, elevando o São João local a uma referência regional e nacional, gerando emprego, renda e valorizando a cultura.